A Colônia Cecília foi uma comuna
experimental baseada em premissas anarquistas. A Colônia foi fundada em 1890,
no município de Palmeira, no estado do Paraná, por um grupo de libertários
mobilizados pelo jornalista e agrônomo italiano Giovanni Rossi(1859-1943).
A fundação da Colônia Cecília foi
a primeira tentativa efetiva de implantação do ideário anarquista no Brasil
(1889). Rossi, ideólogo e escritor anarquista, foi instigado pelo músico
brasileiro Carlos Gomes a procurar D. Pedro II com o propósito de instaurar uma
comunidade capaz de propulsionar um "novo tempo", uma utopia baseada
no trabalho, na vida e no amor libertário.
Interessado na colonização do
Brasil, D. Pedro II atendeu o pedido e escreveu ao Rossi oferecendo as terras a
serem ocupadas pelos italianos (300 alqueires na região meridional brasileira).
A doação, de fato, não aconteceu: logo depois da oferta pelo Imperador foi
instaurada a República brasileira, que não reconheceu concessões de terras
outorgadas pelo império deposto a estrangeiros. Rossi não desistiu. Comprou as
terras por meio da "Inspetoria de Terras e Colonização".
O Brasil recebeu uma grande quantidade
de imigrantes, principalmente italianos, no final do século XIX. Se na Itália a
condição de vida no campo fundamentou a emigração, aqui, tanto nas fazendas de
café como nos núcleos coloniais a realidade não era muito diferente, e era
distante de um processo de caráter inovador: o imigrante se inseria no Brasil
como proletário em potencial. Foi nesse meio social que o anarquismo se
propagou no Brasil.
Fonte: wikipédia
Um fato que descobri, foi que minha família, mais especificamente meu tataravô Giuseppe Capraro, o qual trouxe como herança de seus antepassados da amada Itália, o
cultivo da videira fabricava um excelente vinho de mesa, finos e
espumantes, doou as primeiras mudas de videira da uva Isabel para os pioneiros socialistas. Este fato está relatado no livro de Candido de Mello Neto, O anarquismo experimental de Giovanni Rossi (de Poggio al Mare à Colônia Cecília), Editora UEPG, 1996:
Giuseppe Francesco Capraro (meu tataravô) |
Rosália Louise Inbert Clermant - D. Lili (Minha tataravó) |
"Na Colônia Francesa, saída de Palmeira para quem segue a Santa Bárbara, Rossi encontrou uma família oriunda de Avignon - França... Madame Louise (D. Lili) francesa, de sobrenome Clernent, chegou em Palmeira com os pais adotivos, provenientes de Santa Catarina. Dois casais são citados como integrantes do núcleo: Noel, casado com Margarida Blanc e Louis, casado com Rosalina Sarges, irmã de Margarida, pais adotivos de Louise. Madame Louise, quando da instalação do núcleo anarquista, era casada com Giuseppe Capraro. O casal manteve relações de amizade com os pioneiros socialistas e doou as primeiras mudas de videira (uva Isabel), possibilitando a formação do parreiral da recém-criada Cecília..." (p.140)
Observação: Neste livro o sobrenome de Rosalina aparece como Sarges porém, no registro de casamento dela está como "Sage".
Observação: Neste livro o sobrenome de Rosalina aparece como Sarges porém, no registro de casamento dela está como "Sage".
Louis Sage e Rosalie Imbert Sage (madame Sage como era chamada) pais adotivos de Madame Louise |
Eu e minha família, moramos há muitos anos em um bairro de Palmeira chamado "Colônia Francesa", nunca me passou pela cabeça que esse nome originou-se de minha tataravó e seus descendentes os quais vieram da França. Ela era filha de Francisco Florêncio Clermant e Henriquieta Imbert
naturais do departamento de Sarrians República da França. Veio ao Brasil no ano
de 1874 com 5 anos de idade, órfã e tendo como mãe adotiva sua tia Rosalie
Imbert Sage (madame Sage).
A viagem da França para o Brasil foi feita com navio à velas
e demorou 40 dias. Vieram como imigrantes sem pagar passagem.
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